“A Vigilante do Amanhã” ganha em visual, mas perde em filosofia

Estrelada por Scarlett Johansson (Capitão América: Guerra Civil), a ficção A Vigilante do Amanhã: Ghost in the Shell (Ghost in the Shell, EUA, 2017) marca a abertura da temporada de adaptações de mangás (vem aí Death Note, Blame! e Fullmetal Alchemist, por exemplo). Com o objetivo de ser o primeiro passo na construção de uma franquia, o longa em live-action dirigido por Rupert Sanders (Branca de Neve e o Caçador) opta por uma versão simplificada da história original e aposta num belíssimo visual futurista, na tentativa de conquistar a todos os públicos.

Em cartaz nos cinemas brasileiros desde o dia 30 de março, a superprodução lançada pela Paramount Pictures se passa no ano de 2029 e acompanha a jornada de Major (Johansson), uma jovem que teve seu cérebro transplantado para um corpo totalmente cibernético. Primeira de uma nova raça a ser concebida com êxito, a moça passa a liderar o esquadrão de elite da chamada Seção 9, junto de seu parceiro Batou (Pilou Asbæk, de Lucy) e Aramaki (Takeshi Kitano, de Brother – A Máfia Japonesa Yakuza em Los Angeles), na luta contra crimes tecnológicos.

O elenco majoritariamente branco não prejudica a adaptação de A Vigilante do Amanhã: Ghost in the Shell. (Foto: Paramount Pictures)
O elenco de maioria branca não prejudica a adaptação de A Vigilante do Amanhã: Ghost in the Shell para as telonas. (Foto: Paramount)

Diferente do cultuado filme animado de 1995, de Mamoru Oshii, A Vigilante do Amanhã: Ghost in the Shell troca muito da filosofia do enredo clássico para focar numa perseguição policial ao hacker conhecido como Kuze (Michael Pitt, de Boardwalk Empire). Longe de propor reflexões aprofundadas sobre o que é a vida, o que é real e quais os perigos trazidos pela tecnologia à alma humana, o título que chega às telonas apresenta um roteiro concentrado no clichê de um antagonista resultado de uma experiência que deu errado.

No geral, a obra exibe estética refinada, impressiona com seus efeitos em 3D, conta com uma boa performance de Scarlett Johansson como protagonista e tem seus auges quando mais se aproxima do anime. Porém, o live-action peca por demonstrar-se inseguro para explorar todo o potencial de Ghost in the Shell e se mostra incapaz de causar empatia ou empolgação em sua arrastada trama de investigação e conspiração.

A Vigilante do Amanhã: Ghost in the Shell está em cartaz desde 30 de março.

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