Levando o universo dos quadrinhos dos X-Men para a TV, a série Legion é uma co-criação da Marvel e do canal FX, idealizada por Noah Hawley – o mesmo produtor de Fargo. Inspirada na obra de Chris Claremont (The Uncanny X-Men) e Bill Sienkiewicz (Elektra: Assassina), a atração já teve seu episódio piloto transmitido nos EUA e no Brasil, e as primeiras impressões não poderiam ser melhores. Diferente de outros títulos do gênero, o programa impressiona pela qualidade de sua narrativa, pelo tema original a ser tratado e pela trilha sonora dominada por clássicos do rock.
De orçamento aparentemente alto, o seriado conta a história do jovem David Haller (Dan Stevens, de Downton Abbey), diagnosticado como esquizofrênico desde a infância e que, pouco depois de conhecer a mulher de seus sonhos, a bela Syd Barrett (Rachel Keller, de Fargo) – homenagem a um dos fundadores do Pink Floyd –, descobre não ser tão perturbado como pensava, mas, sim, um poderoso mutante. Embora não saiba como controlar suas habilidades, David é visto como uma arma na guerra entre Homo sapiens e Homo superior (isto é, os mutantes).
Inicialmente passada no Hospital Psiquiátrico Clockworks, Legion propõe uma viagem através da mente e suas emoções, questionando o que é loucura e/ou sanidade, com personagens carismáticos como o próprio David Haller, Syd e a cheia de atitude Lenny Busker (Aubrey Plaza, de Parks and Recreation). No entanto, em Chapter 1, apenas os transtornos de Haller são explorados com profundidade, mostrando que, além da mente fragmentada e os eventos inexplicáveis que o rodeiam, o rapaz é assombrado por algo chamado Demônio de Olhos Amarelos.
A princípio, a atração não entrega muitas pistas sobre a trama, fazendo o telespectador – assim como David Haller – perguntar se o que está acontecendo é real ou não, numa experiência de entretenimento incrível e uma abordagem sensível sobre doenças mentais. Deste modo, em meio ao enredo de ficção científica, o público da nova série do FX pode acompanhar as rotinas de um sanatório, que incluem sessões de terapia, atividade recreativas, horários para remédios e visitas etc., os dramas dos pacientes com a psique abalada e como isso se reflete em suas famílias.
Nada parecida com o que DC Comics e Marvel/Netflix exibem na televisão, Legion adota um estilo cinematográfico e tons psicodélicos, acentuados pelas escolhas de sua trilha sonora, que conta com o rock clássico de She’s A Rainbow, dos Rolling Stones, Happy Jack, do The Who, e Astronomy Domine, do Pink Floyd. Outro diferencial do programa é o modo como Legion consegue se identificar com o universo de X-Men e sua clássica “pegada alternativa” – especialmente na fase de Claremont e Sienkiewicz – sem exigir que os fãs corram atrás de muitas referências.
Com sua 1ª temporada dividida em 8 episódios, com 1h de duração, Legion deve se tornar ainda mais densa com o encontro de David Haller com a terapeuta não convencional Melanie Bird (Jeremie Harris, de 24 Horas) e seus especialistas Ptonomy Wallace (Jeremie Harris, de Caçada Mortal), Kerry (Amber Midthunder, de A Qualquer Custo) e Cary Loudermilk (Bill Irwin, de Interestelar).
No FX, Legion será exibida às quintas, às 22h30, com reprises às segundas e quintas-feiras, à 1h30, aos sábados, às 9h, e aos domingos, às 12h30. Os capítulos do seriado estarão no app da Fox no dia seguinte à sua apresentação inicial.
https://youtu.be/lP-3wlikGD0?list=PLIjBwWEqvpJs0vwBuoSH6xq9FGhxoK8C6
Nas HQs da Marvel, David Haller – vulgo Legião – aparece pela primeira vez em New Mutants #25, publicada em 1985, é filho do Professor Charles Xavier e Gabrielle Haller e um dos mutantes mais poderosos (classificado como nível ômega).
