Perdido em Marte

Ficar sem rumo e companhia é ruim em qualquer lugar, certo? Imagine em outro planeta! Assim começa Perdido em Marte (The Martian, EUA, 2015), dirigido por Ridley Scott (cineasta famoso por Alien, o Oitavo Passageiro e Blade Runner, o Caçador de Andróides). Baseado no livro de Andy Weir, o filme narra a história de Mark Watney (Matt Damon, de Elysium), um astronauta/botânico que se vê abandonado no planeta vermelho.

Além do diretor do experiente e um astro de talento reconhecido mundialmente, a superprodução conta com um dos elencos mais qualificados vistos no cinema em 2015. Afinal, apenas nas cenas da missão Ares 3, estão estrelas como Jessica Chastain (A Hora Mais Escura), na pele da comandante Melissa Lewis, e Michael Peña (Homem-Formiga), Kate Mara (House of Cards) e Sebastian Stan (Capitão América 2: O Soldado Invernal), respectivamente, como Rick Martinez, Beth Johanssen e Chris Beck.

Para sobreviver, Mark Watney usa suas habilidades para cultivar em solo infértil.
Para sobreviver em Marte, Mark Watney (Damon) usa suas habilidades para cultivar em solo infértil.

Tão entrosados quanto o núcleo espacial, os atores Sean Bean (Game of Thrones), Chiwetel Ejiofor (12 Anos de Escravidão) e Jeff Daniels (The Newsroom) dão vida aos personagens Mitch Henderson, Vincent Kapoor e Teddy Sanders, diretores da NASA. Aliás, é o trio que precisa encarar dificuldades características da Terra, como limitações tecnológicas, pressões políticas, orçamentos apertados e a imprensa/opinião pública.

Embora, essencialmente, seja um longa-metragem de ficção-científica, The Martian consegue detalhar o desenrolar da trama e cada um dos envolvidos de forma similar a de um documentário. Dinâmica, bem-humorada (atenção aos facts e piadas nerds!) e de realismo impressionante nos efeitos, a obra deve agradar a todos que forem aos cinemas – a não ser que você esteja a fim de ver alienígenas, pois nenhum E.T. aparecerá.

Nada de extraterrestres! A solidão e o ambiente inóspito são os verdadeiros vilões em Marte.
Nada de extraterrestres! A solidão e o ambiente inóspito são os verdadeiros vilões em Marte.

Em mais um trabalho louvável, Matt Damon supera o desafio de atuar sozinho na maior parte do tempo, navegando entre otimismo exagerado e a tristeza que a situação passa. Outro que merece destaque é Ridley Scott, que soube se reciclar para entregar algo moderno e, assim, recuperar-se do fracasso de Êxodo: Deuses e Reis.

Sem comparações com Interestelar, de Christopher Nolan, e Gravidade, de Alfonso Cuarón, Perdido em Marte chega com a mensagem de que é sempre possível fazer mais.

Perdido em Marte estreia nesta quinta-feira (01/10).

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