Assassino Por Acaso: ainda há originalidade no cinema

Assassino Por Acaso: ainda há originalidade no cinema

Muito se discute sobre a teoria de que não há mais como inovar no cinema. Com tantos filmes já produzidos, há quem diga que tudo o que vem de novo é apenas uma junção de ideias do passado. Assassino Por Caso, entretanto, está aí para desafiar essa concepção.

O novo filme protagonizado por Glen Powell apresenta Gary, um professor de psicologia que tem um trabalho de meio período um tanto peculiar. Nas horas vagas, ele ajuda a polícia a prender pessoas que tentam contratar assassinos de aluguel. Mas, ao conhecer uma bela moça que o contrata para matar seu marido abusivo, Gary se questiona sobre o que é mais importante: paixão ou razão.

A partir desta premissa, Assassino Por Caso trabalha a psique de Gary, um homem normal sob o estereótipo de “sem graça”. Conforme adentra mais e mais no trabalho, Gary vai criando uma série de personas hilárias para incorporar o “assassino de aluguel perfeito” para cada contratante.

Referenciando uma gama de filmes do gênero para satirizar o próprio conceito de assassino de aluguel, o longa-metragem entrega imenso bom humor. Porém, é importante se questionar: indo além das referências, de onde vem tanta originalidade?

Se equilibrando entre comédia, romance e drama policial/criminal, Assassino Por Caso apresenta uma trama criativa e bastante original. A própria ideia de um homem sem graça, que finge ser um assassino de aluguel para ajudar a polícia, mas se apaixona por uma das criminosas que o contrata é, sem dúvidas, bastante fora da casinha.

Ao mesmo tempo, reinventa conceitos antigos para chegar em algo novo. Por exemplo, o protagonista que finge ser outra pessoa para conquistar a garota dos seus sonhos; os problemas que vão se acumulando como bola de neve; e os atos criminosos feitos por amor. Tal questão ressalta o desafio de se pensar a ideia apresentada no primeiro parágrafo deste texto: o que é, de fato, original?

Já com relação ao elenco, Glen Powell certamente entrega a melhor atuação de sua carreira – até agora. Gary é um personagem repleto de camadas e, ao mesmo tempo, personas escondidas dentro de si. Adria Arjona também encanta ao dar vida a Maddy, explicitando não só a doçura da personagem – que conquista o afeto do público –, mas também sua excentricidade.

Por fim, o título se mostra bastante criativo e muito bem escrito, acertando em cheio não só em misturar romance, tensão e muito bom humor, guiando também o espectador por uma reflexão psicológica acerca de quem somos e quem podemos ser. Assassino Por Caso, portanto, supera expectativas como um filme que não prometia nada, mas que entrega um pouco de tudo.

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