Heróis estão em crise no cinema; A Franquia ri disso

Heróis estão em crise no cinema, A Franquia ri disso
Foto: Colin Hutton/HBO

Com uma sequência de flops, o subgênero de filmes de heróis tem encontrado dificuldades para se reinventar. Alguns já cravam que o segmento está em crise. Para o diretor Martin Scorsese, em entrevista dada em 2019, tais produções nem podem ser chamadas de cinema. Estreando neste domingo (6) na Max, a série A Franquia decide botar o dedo na ferida, tirando sarro dessa polêmica com uma história situada no set de filmagens de uma adaptação de histórias em quadrinhos.

Assinada por nomes como Sam Mendes (1917), Armando Iannucci (Vice) e Jon Brown (Succession), A Franquia não perde tempo e logo coloca o espectador diante do corre-corre das gravações de Tecto: Eye of the Storm, que devem ser finalizadas em 117 dias. Além dos atores que interpretam heróis, vilões e figurantes do blockbuster, os personagens são profissionais que prestam serviço para o Maximum Studios. Qualquer semelhança com estúdios da vida real (não) são mera coincidência.

Absolute cinema

Explicando como atua cada função nos bastidores, a obra se concentra em Daniel (Himesh Patel), um assistente de direção que sonha em comandar o set. Ele precisa organizar as gravações, mas também preparar tudo para o contento do diretor, Eric, interpretado por Daniel Brühl (o Barão Zemo, na Marvel). Além deles, entram em cena figuras como a produtora Anita (Aya Cash), ex-namorada de Daniel, e o chefão do estúdio, Pat (Darren Goldstein).

Se Daniel fica com o operacional, Anita fica a cargo de repassar a ele as vontades do estúdio. Isso vai desde a inclusão de produtos em tomadas do filme até ordens para mudanças criativas. Uma sátira de Kevin Feige (presidente da Marvel Studios), Pat tem o poder de cancelar ou adiar a produção – e faz questão de deixar isso claro –, fazendo com que sua presença traga tanta tensão quanto a do tubarão de Steven Spielberg.

As relações e os absurdos pelos quais os profissionais são submetidos fazem a série parecer The Office, mas em Hollywood.

Fogueira das vaidades

Claro, existe também o núcleo dos artistas. Adam (Billy Magnussen) é o protagonista do filme, dando vida ao herói Tecto. O ator é jovem, foi escolhido por isso e pelo shape em dia, porém, demonstra grandes inseguranças quanto a sua performance em tela. Ou seja, um estereótipo que a obra usa para fazer chacota de talentos que já se afundaram em filmes do gênero, como aconteceu com Ryan Reynolds, em Lanterna Verde (2011), e tantos outros.

Para completar, Adam contracena com Peter (Richard E. Grant), que encarna o antagonista Eye. Peter é um veterano que repetidamente debocha do colega, o que o faz, em parte, assumir um papel ainda mais vilanesco.

Veredito

A Franquia terá 8 episódios, cada um com quase 30min de duração, lançados semanalmente. Em todos os capítulos, a série vai sobrar em referências sobre adaptações de HQs, brinca com diretores e até com a imprensa. Então, pelo seu tema e leveza com que explora um gênero que move fãs e suas paixões mundo afora, o título se torna um escape ou uma resposta divertida para a crise dos filmes de heróis.

Não há como não rir com todo o nonsense que dita cada piada e situação apresentada, bem como é fácil identificar semelhanças com o noticiário geek.

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