Venom 3 é ambicioso mesmo sem se levar a sério

Com estreia nesta quinta-feira (24), Venom: A Última Dança vinha prometendo ser um dos projetos mais ambiciosos da Sony Pictures desde Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa (2021)
Foto: Sony Pictures

O Protetor Letal está de volta para concluir sua jornada nos cinemas. Com estreia nesta quinta-feira (24), Venom: A Última Dança vinha prometendo ser um dos projetos mais ambiciosos da Sony Pictures desde Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa (2021). Aliás, foi em uma cena pós-créditos do terceiro filme do Aracnídeo que havíamos visto Eddie Brock (Tom Hardy) pela última vez.

Nesta nova produção, o repórter desajeitado e seu simbionte partem exatamente de onde foram deixados, isto é, num bar no México e com uma baita ressaca.

Sob a direção de Kelly Marcel, a despedida de Brock e Venom caminha numa linha tênue entre não se levar a sério por um minuto sequer e apostar todas as suas fichas numa jogada só. Para quem for assistir sem muitas expectativas, o filme acerta a mão na quantidade de ação e diversão, rendendo 2h15 do mais puro entretenimento.

Sobre a trama

No roteiro, que Marcel assina com Hardy, Eddie Brock e seu “parasita” são procurados pela suposta morte do detetive Patrick Mulligan (Stephen Graham) e todo o desastre da batalha com Carnificina. Quer dizer, as autoridades da Terra são a primeira parte do problema da dupla. Além disso, o deus do vazio e criador dos simbiontes, Knull, desperta em sua prisão e deseja vingança contra seus filhos.

No entanto, para isso, o vilão precisa do codex – resultado da união de Eddie Brock e Venom (que funciona como uma chave) – para escapar de Klyntar, o planeta dos simbiontes. Como Donny Cates e Ryan Stegman, os criadores de Knull já anteciparam em entrevistas, ele não é o principal antagonista de Venom: A Última Dança. Ou seja, o personagem deve retornar outras produções, sendo trabalhado como foi Thanos antes de Vingadores: Guerra Infinita.

Aqui, no entanto, ele envia Xenófagas (criaturas como o Alien) para caçar Venom. A presença dessas criaturas, por si só, já garante todo o desafio que o protagonista os anti-heróis necessitam para estrelar momentos épicos, tensos e emocionais.

Aposta nos novos personagens

O núcleo dos simbiontes é, sim, um grande trunfo do filme, pois chega a colocar quase 10 deles em uma batalha colossal, multiplicando tudo que Venom: Tempo de Carnificina fez. Mas, se os extraterrestes são os responsáveis pela carga de adrenalina, os personagens humanos são bem aproveitados para conectar os pontos e fazer com que a história avance.

Com isso, surgem a Dra. Payne (Juno Temple), que estuda simbiontes numa base militar, e o soldado Rex Strickland (Chiwetel Ejiofor). Enquanto Payne se mostra uma simpatizante dos alienígenas, Strickland faz o linha-dura disposto a tudo para eliminar a ameaça. Bem arquitetados, os arcos de cada um tem seu ápice entregue ao fim da narrativa – diferente de personagens que aparecem nos primeiros filmes.

Por fim, destaque para a família hippie de Martin (Rhys Ifans), que não só acolhe Eddie Brock em parte de sua jornada, como também lhe mostra um outro tipo de vida – construída ao lado de entes queridos. Algo que Eddie nunca teve ou, pelo menos, não até conhecer Venom.

Veredito sobre Venom: A Última Dança

O último longa da trilogia se difere dos anteriores por realmente assumir a responsabilidade de se despedir em grande estilo. Além disso, contar com Knull pela primeira vez em live-action aumenta o peso do filme e sua necessidade de acertar ao prestar reverência ao Rei da Noite. Por isso, em alguns períodos, a coisa fica séria (tanto quanto é possível).

Entretanto, a obra mantém sua essência na maior parte, com Venom e Brock de ressaca numa viagem pela estrada ao melhor estilo Se Beber, Não Case!. Ou seja, uma pegada consistente com o que a saga já havia apresentado nas telonas.

Para completar o combo, “Venom 3” empilha boas escolhas de trilha sonora, incluindo “Space Oddity“, de David Bowie, “Don’t Stop Me Now“, do Queen, e “Wild World“, do Mr. Big. Como criticar essa playlist?

Antes de encerrar, atenção:

Venom: A Última Dança possui 2 cenas pós-créditos!