Há terrores que se tornam clássicos por diversos motivos: seja por sua produção de alta qualidade, seja por suas cenas chocantes que dão sustos reais. A Profecia, de 1976, está no grupo das grandes obras do gênero. O prelúdio do longa, A Primeira Profecia, estreou no dia 4 de abril e tem dividido a opinião do público.
A história
Escrito e dirigido por Arkasha Stevenson, o filme conta a história de Margaret (Nell Tiger Free), uma norte-americana que viaja para Roma a fim de se dedicar exclusivamente à Igreja católica, em 1971. Na cidade italiana, a jovem se depara com outra realidade e experimenta alguns dos prazeres da vida enquanto se solidariza com Carlita, uma garota excluída que também mora no convento.
Com ajuda de um padre exonerado, a protagonista descobre o motivo do isolamento da menina acompanhado por um passado tenebroso da igreja local, que, por anos, tentou dar vida ao verdadeiro Anticristo. O roteiro não só traz de volta o terror, como também conecta com coerência os acontecimentos do primeiro filme.
Rosto familiar e cenas de impacto
Não há como não simpatizar com a quinta sequência da franquia ao ver a atuação de Sônia Braga e sua Irmã, digamos, endiabrada. Na obra, a imagem da mãe é propositalmente destacada pela diretora, assim como as questões do abuso sexual e do aborto, retratados, inúmeras vezes, em trechos que deixam qualquer espectador espantado.
Além do nobre talento da brasileira, Tiger Free também não fica pra trás. Ambas reúnem cenas perturbadoras em meio a um tema questionável, mas que se mostrou uma sacada certeira até 2024: a religião.
Ame-o e odeie os anteriores
Dos ambientes escurecidos até a menção a Damien, A Primeira Profecia não deve ser um sucesso de bilheteria, mas agradará a muitos fãs da franquia. Há quem ame, há quem odeie, tanto que muitos já o definiram como clichê ou genérico.
Entretanto, além de Stevenson mostrar o seu potencial, o longa vem para compensar todo o desastre das outras sequências diretas do filme original e até da própria refilmagem de John Moore, lançado em 2006.