Se você ainda não assistiu Rogue One: Uma História Star Wars, de 2016, é melhor parar por aqui. Afinal, é este o filme que apresenta o protagonista da nova série do Disney+, Cassian Andor (Diego Luna) – e seu destino trágico (avisei que era melhor parar, não?). Para comentar a estreia desta quarta-feira (21), fomos convidados pela Disney para assistir aos 3 primeiros episódios da atração numa sessão especial em São Paulo. E, abaixo, trago as primeiras impressões!
O seriado criado por Tony Gilroy (produtor de O Abutre e House of Cards) tem como única opção trazer uma narrativa anterior aos eventos de “Rogue One”. Assim como o longa, que mais recebeu elogios nesta revitalização da franquia iniciada com “O Despertar da Força”, Andor mantém o tom sóbrio que mistura história de guerra com espionagem – sem a pirotecnia dos sabres de luz. Nela, podemos acompanhar os primeiros passos da Aliança Rebelde em sua resistência ao Império.
Vindo depois de Star Wars: Episódio III – A Vingança dos Sith, na cronologia da saga, o lançamento da Lucasfilm abre ao público uma galáxia desprotegida pelos Jedi, à medida que o Império se fortalece às custas da exploração desenfreada de planetas vulneráveis e do cerceamento da liberdade daqueles que se opõem ao domínio.
Chamado à revolução
Nos capítulos dirigidos por Toby Haynes (Doctor Who) e Benjamin Caron (The Crown), o título bota os pés no chão para introduzir Andor como um tipo de trambiqueiro que comete um crime contra a autoridade no planeta Morlana One enquanto procura pela irmã. Disposto a qualquer negócio para fugir da execução, o rapaz de comportamento rebelde chama a atenção de Luthen Rael (Stellan Skarsgård, de Thor), que indica querer recrutá-lo para a resistência.
Embora o destino de Andor já esteja traçado, parece cedo para dizer como serão suas aventuras nesta prequel de “Rogue One”. Porém, de cara, já é possível curtir a profundidade que o enredo dá ao planeta desértico de Ferrix, que concentra maior parte de suas ações. Lá, o programa estabelece toda uma rotina, que vai desde o toque de sino para o começo do dia até uma batucada no centro comercial para sinalizar a chegada de emissários do Império.
Se para Cassian Andor se juntar aos rebeldes é um caminho natural – cujo ápice já vimos –, a série parece uma boa oportunidade para seguirmos a ascensão do personagem, bem como o desfecho de sua relação com Bix Caleen (Adria Arjona, de Morbius) – o interesse romântico.
Autoridade questionada
Ainda sem um grande vilão à mostra, a atração impõe perigo com as investidas desajeitadas de Syril Karn (Kyle Soller, de Poldark – Herói de Guerra), um subinspetor da autoridade corporativa de Morlana One, que toma como missão pessoal capturar Andor. Mas sua falta de traquejo em operações de campo e inaptidão para liderar soldados podem se tornar uma vantagem para o protagonista, apesar de aumentar o risco para quem aparecer em seu caminho.
O sargento Kostek (Alex Ferns, de River City), que surge como subalterno de Karn, rouba a cena e parece aproveitar de um líder fragilizado para espalhar valores conservadores ao seu batalhão. Isto é, um ponto interessante que cria múltiplos níveis de ameaça dentro de um mesmo núcleo.
Andor estreia amanhã com 3 episódios no streaming.