Com Batman (2022), o diretor Matt Reeves ofereceu aos fãs uma Gotham City em perspectiva realística. Entre a violência e a corrupção típicas de uma metrópole, o longa introduziu figuras clássicas dos quadrinhos do Cavaleiro das Trevas. O Pinguim, interpretado por Colin Farrell, foi uma delas. Dois anos depois, o personagem retorna em uma minissérie solo, que estreia nesta quinta-feira (19) no streaming Max. A seguir, você confere as nossas primeiras impressões:
Vácuo de poder
Como o filme estrelado por Robert Pattinson estabeleceu, Gotham tem a família Falcone controlando o submundo do crime. Entretanto, acontece que seu patriarca, Carmine Falcone (John Turturro) foi assassinado. A série Pinguim, então, desenvolve sua trama uma semana após os eventos do longa-metragem, quando Alberto Falcone (Michael Zegen) tenta ocupar o lugar do pai.
Oz Cobb (Farrell) é dos jogadores interessados em ascender ao poder, aproveitando as instabilidades no reinado dos Falcone. Assim, o protagonista tem uma visão clara sobre o que é preciso fazer para se tornar o principal gângster local – e não tem medo de sujar as mãos para conseguir o que quer. A atração não banaliza a violência empregada por Oz, e o torna carismático por usar a lábia quando encurralado.
Esta abordagem distancia Pinguim do baixinho de nariz pontudo e guarda-chuva em mãos e o aproxima de personagens de O Poderoso Chefão (1972) e Scarface (1983).
Jogo de interesses
No seriado, Oz Cobb vem de baixo, tendo em seu histórico atuado como motorista e capanga dos Falcone. Ou seja, está longe da linha de sucessão ao trono do crime de Gotham, por assim dizer. Para conseguir recursos e o status necessários para seu objetivo, resta ao Pinguim se aliar a Sofia Falcone (Cristin Milioti) e Salvatore Maroni (Clancy Brown), representantes das duas famílias mafiosas de maior prestígio em Gotham.
A cada episódio, Cobb se faz mais próximo de um ou de outro, conforme suas necessidades. Um jogo perigoso de agente duplo.
Destaques
Com 8 episódios lançados semanalmente, a série terá como grande trunfo a atuação de Colin Farrell como Pinguim, sendo marcante desde o jeito de andar até as formas de falar. O carisma, o mau humor com que orienta seu “aprendiz”, Victor Aguilar (Rhenzy Feliz), e o cuidado com sua mãe, Francis (Deirdre O’Connell) colocam em tela um protagonista multifacetado, coroado por uma caracterização caprichada que torna Farrell quase irreconhecível.
Além disso, a produção tem o casting certeiro de Cristin Milioti como Sofia Falcone. Milioti, ao longo de cada camada revelada da personagem, mantém o alerta de perigo do espectador ligado o tempo todo. Saída do Asilo Arkham, ela pode exibir o olhar mais neutro possível e ser capaz de colocar em prática a maior atrocidade imaginável. Uma ameaça constante e inesperada.
