Dar continuidade a um clássico não é tarefa fácil. Fazer com que os fãs da primeira obra aprovem a sequência torna-se ainda mais trabalhoso. Lançado no Brasil pela Warner Bros. Pictures, Twisters não peca em nada se comparado ao original, e resgata um grande sucesso do cinema catástrofe que ficou esquecido nos anos 90.
O longa, que chega nesta quinta-feira (11) aos cinemas brasileiros, nos transporta para Oklahoma, nos Estados Unidos, e seus incessantes tornados. Assim como em Twister (1996), a nova produção apresenta duas equipes rivais, uma profissional e outra aventureira, que estão em busca das ventanias desastrosas, seja para ajudar a população ou simplesmente ganhar fama na internet.
De tirar o fôlego
Depois de vinte e oito anos, a fórmula funciona. Cenas – em planos abertos e fechados – sufocantes, efeitos especiais estrondosos e dramas humanos, dentro de um universo catastrófico, fazem da obra um espetáculo do gênero. Para nós, brasileiros, que não vivemos essa fúria da natureza, tudo acaba sendo ainda mais extraordinário.
Embora seja digno de uma “sessão da tarde” ou “tela quente”, Twisters, ainda assim, precisa ser apreciado nas telonas para se ter uma experiência mais aprofundada da proposta do filme. Nada mais que um bom roteiro patriota, com fotografia impressionante, muitas vezes do ponto de vista dos personagens, e reviravoltas conflitantes entre eles.
Elenco magnético
Repleto de ação e aventura, o longa de Lee Isaac Chung (Minari) acompanha Kate (Daisy Edgar-Jones), uma jovem cientista que desenvolve uma tecnologia para dominar os tornados e evitar tragédias mais alarmantes na sociedade. Após topar participar do experimento meteorológico de um amigo, ela terá que lidar com traumas do passado e a provocante presença de Tyler Owens (Glen Powell), youtuber famoso por se aventurar nas ventanias.
Com diálogos cheios de termos científicos e explicações que fogem do nosso dia a dia, os personagens transmitem um carisma especial, bem como os atores e atrizes. Edgar-Jones traz de volta aquela garota introvertida de Pessoas Normais (2020) e Um Lugar Bem Longe Daqui (2022), enquanto Powell assume mais uma vez o seu frequente papel de galanteador. Sem qualquer interação íntima, os dois possuem uma química que não enjoa e que leva ainda mais gás para a história.
Protagonismo feminino
Além dos queridinhos de Hollywood, Twisters reúne Anthony Ramos (Hamilton), David Corenswet (Superman), Katy M. O’Brien (Love Lies Bleeding) e Sasha Lane (Utopia). O diretor, que recebeu produção da Amblin, de Steven Spielberg, até tenta mostrar a importância de cada personagem na trama, mas o que prevalece é o heroísmo feminino da protagonista.
A agradável trilha sonora country crava o novo longa como um blockbuster eletrizante, intenso e digno de ser contemplado em 2024 ou daqui a 28 anos, assim como seu clássico antecessor.
